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Sousa Jamba critica Florinda Miranda por defender sexo condicionado a dinheiro

A comentadora Florinda Miranda causou indignação entre muitos homens angolanos ao declarar que não existe prazer no sexo quando o parceiro não possui recursos financeiros. 


Na sua visão, presentes e apoio monetário são indispensáveis para que a mulher se sinta valorizada, sendo a intimidade sem contrapartida financeira considerada enfadonha. Miranda defendeu ainda que o sexo só faz sentido no casamento ou, no mínimo, num vínculo assumido, e que os meios materiais garantem esse espaço.

O colunista Sousa Jamba reagiu com veemência, classificando este tipo de discurso como nocivo para a sociedade. Para ele, trata-se de uma forma de prostituição disfarçada, que desvia as jovens de valores sólidos e cria uma visão distorcida das relações. Jamba nota que muitas famílias pressionam sobrinhas e filhas bonitas a verem nos relacionamentos uma fonte de rendimento, substituindo o afeto por benefícios materiais e contactos.

Na sua análise sociológica, Jamba sublinha que tal lógica promove a gratificação imediata, em que a intimidade se converte em transação. Em contraste, as relações que crescem de forma gradual, com esforço e partilha de desafios, geram laços mais sólidos, harmonia doméstica e produtividade.

O colunista alerta também para as consequências práticas deste estilo de vida. Mulheres habituadas a depender de “patrocinadores” desenvolvem hábitos de consumo caros, sem aprenderem a gerir finanças nem a construir autonomia. Com o envelhecimento, perdem o chamado “valor de mercado” e veem reduzidas as contrapartidas que antes recebiam. Em muitos casos, resta-lhes pouco além de reputações fragilizadas e relações superficiais.

Por outro lado, Jamba realça que mulheres que permanecem firmes ao lado dos companheiros, mesmo em tempos de dificuldades, colhem frutos mais duradouros. Para ele, a noção de que o desemprego ou uma fase difícil desqualifica o homem é um erro grave. Relações sólidas, defende, são feitas de cooperação, resiliência e apoio mútuo, e não de troca imediata por bens materiais.

No desfecho da sua reflexão, Sousa Jamba considera que a visão de Florinda Miranda promove um mundo superficial e infeliz, onde a busca por sinais exteriores de riqueza suplanta integridade, substância e dignidade. Ele recorda que, em tempos passados, as “tias” ensinavam as sobrinhas a identificar virtudes e caráter nos homens, e não apenas vantagens materiais.

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