O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, apresentou hoje, 6 de outubro, o seu pedido de demissão ao presidente Emmanuel Macron, apenas 27 dias depois de tomar posse, a 9 de setembro. O Palácio do Eliseu confirmou que Macron aceitou a demissão, num momento de forte instabilidade política em França.
Lecornu, que vinha enfrentando duras críticas da oposição e da direita, viu a sua posição fragilizada após ter anunciado, no domingo à noite, parte da composição do seu Governo, composto por 16 ministros e dois delegados, em grande parte vindos do gabinete do seu antecessor, François Bayrou.
As reações da oposição foram imediatas. Tanto a esquerda como a extrema-direita acusaram o primeiro-ministro de representar uma continuidade política sem legitimidade, apontando a falta de diálogo e o isolamento parlamentar do executivo. O risco de um voto de desconfiança pairava sobre o governo, ameaçando precipitar uma nova crise institucional.
A saída de Lecornu marca um novo capítulo de turbulência política no Eliseu, sendo ele o quarto primeiro-ministro nomeado por Macron em apenas um ano, num contexto de parlamento dividido e crescente contestação às políticas de austeridade e cortes na despesa pública.
Com esta nova demissão, Emmanuel Macron enfrenta mais um desafio na tentativa de restaurar estabilidade e credibilidade ao governo francês, que se vê novamente sem liderança num momento em que o país atravessa tensões sociais e económicas profundas.
