A decisão de não incluir Jonas Savimbi e Holden Roberto na lista de homenageados pelos 50 anos da Independência Nacional gerou forte reação da UNITA e da FNLA. A medida, aprovada esta quarta-feira, 12, na Assembleia Nacional, garante a Medalha da Classe de Honra apenas a Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos, sob o argumento de que a distinção se destina exclusivamente a ex-Chefes de Estado.
Para a oposição, a escolha não é técnica, mas política. "A independência nacional surgiu graças a Holden Roberto, Jonas Savimbi e Agostinho Neto. Estes foram os principais protagonistas dos Acordos de Alvor", defendeu Faustino Mumbica, deputado da UNITA.
O presidente da FNLA, Nimi-a-Nsimbi, foi mais incisivo: "É injusto excluir estas figuras numa altura em que Angola vai comemorar 50 anos da sua independência. O MPLA e o seu líder não foram os únicos protagonistas da libertação."
O tema não divide apenas governo e oposição. Dentro do próprio MPLA há vozes que defendem uma reflexão mais ampla sobre o reconhecimento histórico. "Holden Roberto e Jonas Savimbi são uma realidade histórica. Ninguém pode diluir os Acordos de Alvor", ponderou Álvaro Boavida Neto, ex-secretário-geral do partido.
A decisão final ainda depende do Presidente da República, que poderá encontrar outra forma de homenagear os dois líderes. Mas, até lá, a questão persiste: a história se escreve com factos ou com votos?
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